segunda-feira, 4 de julho de 2011

Salas às moscas

Espanha é um dos países europeus que mais tem sentido a crise de espectadores nas salas de cinema. De ano para ano, os números comprovam a curva descendente de afluência às salas do grande ecrã.
Segundo o mais recente estudo, as estatísticas são elucidativas desta tendência negativa: apenas 5 em cada 100 espanhóis vão ao cinema mais do que uma vez por mês; 55,5% dos espanhóis nunca ou quase nunca vão ao cinema durante o ano; 1,8% tem por hábito ir ao cinema uma vez por semana e apenas 0,2% o faz duas ou mais vezes em igual período de tempo.
O próprio cinema espanhol, que habitualmente cobre uma fatia considerável do mercado de distribuição e tem uma expressão comercial significativa, está em queda livre.
Não sei como serão as estatísticas concretas em Portugal, mas acredito que não andarão muito longe deste cenário.
E pela minha experiência, refiro que as três últimas vezes que vi um filme numa sala de cinema dita comercial, não tinham mais de 10 espectadores. A última vez foi numa sessão do filme "A Árvore da Vida": estavam 7 pessoas.

4 comentários:

ivan disse...

Por incrivel que possa parecer, vi o Gran Torino e o Coraline sozinho na sala de cinema.

Tiago Vitória disse...

É verdade e posso confirmar. Fiquei completamente espantado quando no Verão passado fui passar férias com o meu irmão a Madrid, e sempre que saía à noite no centro via imensos cinemas. No última dia decidimos ir ao Cine Callao, a coisa mais central e belíssima por ali, ver o "You Will Meet a Tall Dark Stranger". Não contava mais de 15 pessoas lá dentro, quando lá fora na rua deviam estar para cima de 300.

Hugo disse...

Aqui no Brasil a situação é diferente, mas temos vários problemas também.

As grandes salas com capacidade para 300, 400 pessoas que tinham o preço dos ingressos mais em conta fecharam as portas.

Hoje 98% dos cinemas estão em shoppings, com salas em média para 100 pessoas e vivem lotadas nos finais de semana, apesar do alto preço do ingresso e de tudo que é vendido no local.

Traduzindo, cinema por aqui se transformou em programa da classe alta (A e B).

Abraço

miguel disse...

Calma! Na passada 5ª feira fui ao King ver Hadewijch, o último filme de Bruno Dumont. Começamos o ínicio do filme com 3 pessoas na sala, mas a coisa acabou por se compor com mais um elemento que se juntou ao grupo 10 min. depois do fime começar...Não é animador!