Durante anos, por aí entre 1990 e 1995, mantive uma mania peculiar (ou talvez nem tanto): a de guardar todos os bilhetes de cinema. Era uma altura em que ia, frenética e religiosamente, todas as semanas ao cinema, numa altura em que ver cinema se restringia a ver um único filme em cartaz durante toda uma semana (agora estreiam 8 ou 10 filmes por semana). Entrar na sala de escura era um ritual.
Via tudo: os filmes maus, medianos, bons e muito bons. Tinha o gosto pelo ambiente da sala de cinema e foram anos de progressiva aprendizagem (também por causa do cultura de videoclube e dos bons filmes que passavam na televisão) que contribuíram para a minha formação como cinéfilo.
Via tudo: os filmes maus, medianos, bons e muito bons. Tinha o gosto pelo ambiente da sala de cinema e foram anos de progressiva aprendizagem (também por causa do cultura de videoclube e dos bons filmes que passavam na televisão) que contribuíram para a minha formação como cinéfilo.
Nesses anos, ainda sem euros, uma ida ao cinema custava 300 escudos (1,5€). Por vezes também assistia às sessões alternativas da meia-noite ao fim-de-semana; não só era mais barato como via grandes filmes clássicos e de autor. Mas na verdade, como só existia uma sala de cinema na minha cidade com um único filme em cartaz durante vários dias, chegava a ir duas e até três vezes ao cinema quando os filmes eram realmente muito bons (com destaque para obras de Scorsese, Coppola, Lynch...).
Regressando aos bilhetes: para além de os guardar, escrevia nas costas dos mesmos (como se comprova na imagem), as seguintes informações: título e data do visionamento do filme e classificação pessoal. Ou seja, atribuía as famosas estrelinhas a cada filme visionado, não fosse esquecer-me, anos mais tarde, se o filme que tinha visto era bom, mediano ou mau. Ainda hoje tenho guardado com nostalgia as centenas de bilhetes correspondentes a outras tantas sessões de cinema.
Regressando aos bilhetes: para além de os guardar, escrevia nas costas dos mesmos (como se comprova na imagem), as seguintes informações: título e data do visionamento do filme e classificação pessoal. Ou seja, atribuía as famosas estrelinhas a cada filme visionado, não fosse esquecer-me, anos mais tarde, se o filme que tinha visto era bom, mediano ou mau. Ainda hoje tenho guardado com nostalgia as centenas de bilhetes correspondentes a outras tantas sessões de cinema.
A título de curiosidade, eis alguns exemplos retirados ao acaso:
(Filme / Data / Classificação pessoal):
"Um Coração Selvagem" - 27/07/1991 - *****
"Família Adams" - 20/12/1993 - **
"A Idade da Inocência" - 16/04/1994 - *****
"A Lista de Schindler" - 10/05/1994 - ****
"A Fogueira das Vaidades" - 10/05/1991 - **
"A Casa da Rússia" - 22/04/1991 - ***
"Goodfellas" - 25/01/1991 - *****
"O Padrinho 3" - 22/03/1991 - *****
"Predador 2" - 26/04/1991 - *
"Eduardo Mãos de Tesoura" - 28/06/1991 - ****
"Instinto Fatal" - 18/10/1992 - **
"Uma Questão de Honra" - 9/01/1993 - **
"O Silêncio dos Inocentes" - 1/011/1991 - *****
"Thelma & Louise" - 23/11/1991 - ***
"Um Coração Selvagem" - 28/07/1991 - *****
5 comentários:
Os bilhetes daquele tempo tinham o seu charme e valia a pena guarda-los
O Padrinho III melhor que a Lista de Schindler??? :O
Essa "mania peculiar" atingiu-me de 1996 à 2000, mas escrevia a pontuação numa folha de linhas e de 0 a 10 valores...
Bom texto, gostei de ler!
«Um Coração Selvagem» duas vezes seguidas? Isso é que foi paixão - justificada, porque o filme era (é) óptimo... :-)
Sim, Rui, fui ver o filme do Lynch duas vezes seguidas :)
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