sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O fim de Corleone

Apesar da má interpretação de Sofia Coppola, este é um dos melhores finais de filme dos últimos 20 anos. Refiro-me à sequência final do filme “O Padrinho 3” da saga “O Padrinho”. É um final espantoso de energia e emoção. Al Pacino ao seu melhor nível – o grito surdo (mas ensurdecedor) na escadaria após a morte da filha é arrebatador. A montagem seguinte com o momentos passados de felicidade, a belíssima banda sonora e, apogeu dos apogeus, o rosto de Michael Corleone decadente, velho e sozinho. O movimento lento e agonizante de colocar os óculos. E o plano final, com o mesmo Corleone sentado, um cão vagabundo a rodeá-lo, e a morte inadiável. O fim triste da família Corleone. Emocionante até às lágrimas, num filme que, quanto a mim, não desmerece em relação às obras-primas anteriores da trilogia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Enfim, alguém viu o mesmo filme! Talvez exagere um pouco quando em conversa com amigos lhes digo que este é o mais belo final da história do cinema. Mas, não ando longe. Ridicularizado, humilhado, vilipendiado, marginalizado devido a uma uma infeliz(ou será apenas menos feliz?) participação de Sofia Coppola, eu diria que a popular expressão "se calhar querias ópera por 25 tostões" nunca esteve tão próxima da realidade. Embora não muitos sejam apreciadores, a palavra ópera tem aqui a conotação de espectáculo Total, Grandioso. E, se a proporção entre 25 tostões e o preço de um bilhete de cinema é semelhante à deste com a do preço de um bilhete de ópera, então não há dúvida que este final é mesmo ópera por 25 tostões. À tua descrição nada há para acrescentar, apenas confessar a incontinência de, mais uma vez, sentir as lágrimas a correrem enquanto via o clip. Só consigo repetir esta comoção, quando revejo os 20 minutos finais de "8 1/2" de Fellini.
um abraço
jPinto

Unknown disse...

jPinto: e está tudo dito!
Saudações,
VA

Ana Cristina Leonardo disse...

O grito silencioso do Al Pacino, a irmã a cobrir a cabeça, a dança com as 3 mulheres da vida dele, o cão solitário do final e os óculos a cair bastam. A filha de Coppola é um pormenor sem importância. Acho que é a isto, que nos comove até às entranhas, que se chama arte.

Sérgio Currais disse...

Uma grande cena, de um grande filme, de uma grande trilogia, de um grande realizador (e podíamos continuar de grande em grande por muito tempo). Esta cena é magistral, tão perturbadora como comovente. E a crítica que este filme recebeu, na generalidade, é exemplar do quanto as opiniões dos supostos entendidos valem o que valem, muitas vezes pouco mais que zero. Para mim, O Padrinho III nada fica a dever aos seus antecessores. Independentemente, ou no conjunto dos três, são absolutas referências.

Sérgio Currais disse...

Dizer ainda aos interessados que a música é o Intermezzo da Ópera Cavalleria Rusticana, do italiano Pietro Mascagni. Sublime.

Anónimo disse...

Kill Andy Garcia