sábado, 9 de maio de 2009

O robô poeta


Leonel Moura, um dos mais destacados investigadores na área da robótica na arte e da inteligência artificial, já tinha concebido um robô pintor, como referi neste post. Fruto do seu trabalho assaz inovador, o artista plástico e cientista português que trabalha há anos na investigação da chamada "criatividade artificial", criou um robô... poeta. Chama-se ISU, e tem esta estranha aparência que a imagem revela (parece mais um camião de brincar sofisticado do que um poeta visual). Desenganem-se os cépticos se julgam tratar-se de uma provocação ao mundo da arte. É o próprio Leonel Moura que afirma: "As máquinas, quando dotadas de autonomia e alguma inteligência, conseguem gerar determinadas criações originais independentes do humano que esteve na origem do processo".
ISU é capaz de realizar composições pictóricas baseadas em palavras, graças a um sistema de sensores que lhe permite criar obras com base na informação que recolhe à sua volta, de modo a que nunca cria dois trabalhos iguais. O nome ISU advém de Isidore Isou, o criador do chamado "Letrismo" (que influenciou movimentos literários artísticos de vanguarda).
Ora, ISU, o primeiro poeta das máquinas criativas, acaba de editar o seu primeiro livro de poemas, cuja apresentação aconteceu no Museu da Água de Coimbra. "Os poemas reunidos neste livro foram realizados durante o período de uma semana. Dotado de um dicionário baseado num conjunto de poemas de autores conhecidos - com destaque para Herberto Helder - ISU produziu cerca de uma centena", explica Leonel Moura.

1 comentário:

tagarelas disse...

Os seus artigos continuam a espantar-me!
Interessantissimo!