sábado, 30 de março de 2013

"A Caça" - A mentira como vírus



Está encontrado outro candidato a integrar a lista dos melhores filmes do ano: "A Caça" de Thomas Vinterberg. Filme que explora até que ponto uma aparente mentira infantil pode desencadear o desmoronamento da vida social e emocional dos elementos de uma pequena comunidade. Isto é, Vinterberg mergulhou nos mistérios fantasistas da mente de uma criança e usou-os para testar a resistência psicológica de um homem e de todo o seu círculo próximo. 
O homem acusado (e acossado) é Lucas (assombroso Mads Mikkelsen), que vê a sua vida destruída devido a uma mentira que se espalha como um vírus mortal e provoca a mudança radical de comportamento do mais comum dos cidadãos. Lucas sabe que a acusação é fantasiosa e injusta, mas nem por isso condena a pequena Klara (assombrosa Annika Wedderkopp), pela qual tem um apreço muito especial. 
A partir do momento em que Lucas é suspeito - mesmo sem provas conclusivas - a "caça" está lançada pela comunidade (e não se sabe exactamente por quem). Lucas é a presa da discriminação e tenta resistir estoicamente, apesar de todas as suas relações amorosas e sociais serem profundamente afectadas.
O final do filme, sem querer fazer "spoiler", é surpreendente, porque deixa a narrativa totalmente em aberto quando pensávamos que tudo estava pacificamente resolvido, mas as feridas não se apagaram com o passar do tempo (numa inteligente análise sociológica acerca dos valores que sustentam uma comunidade).
"A Caça" é, por isso, uma belíssima obra de cinema do realizador anteriormente associado ao movimento "Dogma 95" (de Lars Von Trier), numa história inquietante e tensa que agarra o espectador como se fosse um thriller de suspense psicológico (que, se calhar em rigor, é) sem cair nos habituais lugares-comuns do género.

sexta-feira, 29 de março de 2013

A última aparição de Truffaut



Em 1984, o realizador francês François Truffaut, pouco tempo antes de morrer, fez a sua última aparição pública na televisão francesa. Foi no célebre programa cultural "Apostrophe" do não menos célebre jornalista Bernard Pivot. Neste programa, emitido em pleno horário nobre da televisão pública francesa (coisa rara hoje em dia),  discutiam-se temas culturais como literatura, teatro, cinema e música e com artistas de relevo em estúdio.
Em Abril de 1984, Truffaut foi convidado a falar sobre as entrevistas que fez a Alfred Hitchcock e que foram publicadas em livro. No mesmo programa estava também o realizador Roman Polanski. Entre todos (Pivot, Truffaut e Polanski), estabeleceu-se um diálogo muito interessante à volta do cinema de Hitchcock.
Depois desta entrevista ao programa de Pivot, o cineasta francês nunca mais apareceu na televisão nem realizou mais nenhum filme. Truffaut já sofria de um tumor cerebral maligno o qual, seis meses mais tarde, em Outubro de 1984, lhe tiraria a vida com apenas 51 anos de idade.
Eis um excerto da referida entrevista.

Genealogia de Fotogramas #30

    "Amor" (2012) - Michael Haneke

quinta-feira, 28 de março de 2013

"A Vida de Brian"

Fui ver ao cinema (TMG) o clássico dos Monty Python, "A Vida de Brian" (1979). Depois da exibição do filme, houve um debate (que eu próprio moderei) com convidados e com o público acerca do filme e da relação entre o humor e as religiões.
Já tinha visto o filme duas vezes há muitos anos, mas nunca me ri tanto como neste visionamento. O humor dos Monty Python exala inteligência a rodos, um humor por vezes provocatório, outras vezes, extremamente subtil e cirúrgico. Os jogos de equívocos, de linguagem/comunicação e o absurdo de situações sempre fizeram parte da estratégica cómica do grupo, mas neste filme estão mais vincados do que nunca (e o resultado é irresistivelmente cómico).
Além do mais, uma das conclusões do debate teve a ver com o facto de "A Vida de Brian" não ser apenas uma paródia sarcástica sobre as religiões (cristã e judaica), mas também uma sátira aos costumes sociais  políticos e culturais da época de Jesus Cristo, sem desvirtuar o contexto histórico em que a história se insere.
Daí que, mais de 30 anos após a realização desta obra magistral dos Python, esta mantenha uma assombrosa actualidade no contexto social, político e religioso. Os Python nunca quiseram que este filme fosse blasfemo (apesar das acusações injustas) ou insultuoso para com as crenças e dogmas religiosos. O que fizeram foi um filme sarcástico sobre o fundamentalismo de rituais e a alienação das massas perante a necessidade, a todo o custo, de criar e seguir Messias vazios de conteúdo.
E é um filme que faz pensar e aguça a inteligência (ao mesmo tempo que diverte) nesta quadra Pascal, ao contrário dos já maçadores pastelões mais do que repetidos nesta época nas televisões, como "Ben Hur" e quejandos.

terça-feira, 26 de março de 2013

Filmes desprezíveis

Acho incrível como é que realizadores, produtores e actores ainda investem tempo, dinheiro e trabalho em filmes completamente supérfluos e, para ser justo, completamente desprezíveis. Filmes que repisam e repisam temáticas e histórias exploradas durante décadas, feitos com a pretensão de impressionar as novas gerações à custa de efeitos digitais baratos. 
É o caso deste "Shark Week" (2012) realizado por um tal Christopher Ray. Dei-me ao trabalho de ver o trailer que, de tão mau, me decidi que jamais perderia tempo a ver o filme por inteiro. Aliás, no Imdb tem uma classificação extremamente baixa - 2,5. O pior é que, semana após semana, vão aparecendo filmes desta qualidade inenarrável, ofuscando uma ou outra película que seja minimamente interessante. 
Mais uma vez pergunto: porque é que ainda se fazem filmes tão desnecessários e a quem são dirigidos?

Petra e os filmes

Petra Haden é uma das três filhas do grande contrabaixista de jazz Charlie Haden.
Petra é cantora de jazz (e não só) e lançou recentemente um interessante álbum intitulado "Petra Goes to The Movies". Tal como o nome indicia, Petra Haden pegou em 16 temas musicais de filmes (uns mais famosos do que outros) e recriou-os no estilo "a capella", ou seja, só com vozes (apesar de ter também músicos convidados da estirpe de Brad MehldauBill Frisell e do próprio pai, Charlie Haden).
O resultado é algo desequilibrado, isto é, nesta selecção há temas mais criativos e outros menos inspirados, mas na generalidade, trata-se de um disco merecedor de atenção que foi buscar inspiração ao imaginário do cinema e das suas músicas (ver lista em baixo). 
Particularmente feliz e original é esta recriação do tema principal do clássico "Psycho" que Bernard Herrmann imortalizou para o filme de Hitchcock:


1. Rebel Without A Cause Main Title - 2:50
2. God's Lonely Man - Taxi Driver - 2:01
3. Cool Hand Luke Main Title - Cool Hand Luke - 2:08
4. Cinema Paradiso - Cinema Paradiso - 3:01
5. A Fistful Of Dollars Theme - A Fistful Of Dollars - 1:51
6. Psycho Main Title - Psycho - 2:03
7. Goldfinger Main Title - Goldfinger - 2:11
8. Carlotta's Galop - 8 1/2 - 3:01
9. It Might Be You - Tootsie - 5:15
10. The Planet Krypton - Superman - 1:22
11. Superman Theme - Superman - 3:55
12. My Bodyguard - My Bodyguard - 2:50
13. Pascal's Waltz - Big Night - 1:24
14. Calling You - Bagdad Cafe - 4:47
15. Hand Covers Bruise - The Social Network - 4:21
16. This Is Not America - The Falcon and the Snowman - 4:59
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Aqui pode ouvir todos os temas em streaming numa divertida encenação com a própria artista a encarnar os personagens principais de cada filme citado.

segunda-feira, 25 de março de 2013

The Quartet of Woah!



É uma das melhores surpresas da música portuguesa dos últimos anos: The Quartet of Woah! (com ponto de exclamação e tudo). São quatro fantásticos músicos oriundos de anteriores formações rock que se juntaram para um projecto que foi beber à herança do rock psicadélico e progressivo dos anos 70, ao qual juntaram pitadas de stoner rock. O resultado musical desta mescla é realmente fulgurante, com o álbum de estreia recentemente editado, "Ultrabomb", ser já um disco muito elogiado até pela imprensa estrangeira especializada.
Os temas são construídos com base numa forte presença rítmica apoiada em riffs de guitarra, fraseados de teclado Farfisa e fantásticas linhas vocais (são três vocalistas). As melodias e os riffs mais agressivos misturam-se de modo explosivo, a energia solta-se desenfreadamente, e as canções, exemplarmente construídas, revelam-se blocos sonoros fascinantes. Por isto e por mais, os The Quartet of Woah! são já uma das mais significativas revelações do rock nacional e, se tiverem o merecido apoio e reconhecimento, poderão afirmar-se cá dentro e lá fora.
O novíssimo videoclip "U Turn" serve de comprovativo da garra da banda. E o álbum "Ultrabomb" pode ser escutado e/ou comprado aqui.

sábado, 23 de março de 2013

Kubrick: a lista de entrevistas

Há um mito, globalmente assumido, de que o realizador Stanley Kubrick terá dado muito poucas entrevistas em toda a sua carreira. É verdade que é público que o cineasta não gostava de explicar os seus filmes aos jornalistas, e que a partir de um determinado momento da sua vida (meados da década de 70), começou cada vez mais a isolar-se e a não falar com a com a comunicação social. Mas nos primeiros 20 a 25 anos da sua carreira, Kubrick deu bastantes entrevistas aos mais variados órgãos de comunicação social. 
Para quem quiser conhecer um pouco melhor do seu pensamento acerca do cinema e dos seus filmes, existe uma lista - considerada completa e fidedigna - de todas as entrevistas dadas por Kubrick. Algumas têm link para textos e vídeos.
Eis a lista.

quinta-feira, 21 de março de 2013

A estrada sem fim

Vi "On The Road" de Walter Salles, baseado no mítico livro homónimo de Jack Kerouac. Não vou dizer - como já li - que o livro "é melhor do que o filme". Acho que esta discussão (saber se o livro é melhor do que o filme ou vice-versa) é uma discussão estéril, na justa medida em que um filme e um livro são objectos totalmente distintos, logo, têm de ter uma avaliação estética diferenciada. 
Seja como for, apesar de estar longe de ser uma obra-prima, "On The Road" faz justiça fiel às incríveis histórias contidas na obra de Kerouac, na qual o próprio e o seu amigo Neil Cassady viajaram, durante anos, pela mítica Route 66 dos EUA, conhecendo as figuras mais excêntricas da América dos anos 40 e vivendo as mais tresloucadas experiências de vida.
"On The Road" (filme e livro), paradigma da literatura "Beat Generation", é uma verdadeira trip psicadélica pelas entranhas de uma América pós-guerra, uma viagem de um grupo de jovens em busca de uma identidade, de uma total liberdade com muito jazz à mistura, muita droga, muito sexo e, não menos importante, muita (e boa) literatura (leitura e escrita). 
Em certa medida, "On The Road" condensa um espirito que hoje já não seduz a maioria da juventude: a ânsia da descoberta de novas sensações veiculadas pela arte (literatura e jazz) numa deambulação  com a estrada sem fim (da vida e de alcatrão) como único horizonte.

quarta-feira, 20 de março de 2013

O realismo tenso de Jacques Audiard

O cineasta francês Jacques Audiard realizou até à data 6 filmes, dois dos quais pessoalmente adoro: "De Tanto bater o Meu Coração Parou" (2005) e "Um Profeta" (2009). Agora passei também a adorar a sua última obra: "Ferrugem e Osso" ("Rust and Bone"), que estreou há uma semana nas salas portuguesas. Melodrama realista e pungente, com personagens que se perdem e se reencontram na superação das suas vicissitudes (como de resto é característica do cinema de Audiard).
Marion Cotillard é soberba na forma como compõe uma mulher carente (física e emocionalmente) e o co-protagonista, Matthias Schoenaerts, não é menos soberbo no papel do homem que procura a redenção e o amor do filho e de uma mulher.
Filme de tensões e intensidades emocionais, com várias camadas de leitura, com um realismo social (pano de fundo: a crise) que recusa qualquer tendência para o sentimentalismo. Jacques Audiard tem uma realização (e uma montagem) exemplar, no modo como filma os momentos mais delicados e tensos sem resvalar para o previsível (espantosa a sequência do acidente na piscina ou... ups, se contasse seria "spoiler"!).
Desde já, "Ferrugem e Osso", quase um ano depois de estrear no festival de Cannes de 2012, torna-se num forte candidato a um dos melhores filmes deste ano estreados em Portugal.

Notas de Bresson #29

"A hostilidade à arte é também a hostilidade ao novo, ao imprevisto."

All work and no play makes Jack a dull boy #4


terça-feira, 19 de março de 2013

Burroughs e Kerouac em livro

Mais informação.

Marion e Craig

Nesta divertida entrevista que Craig Ferguson (do programa "The Late Show" na CBS) fez à actriz francesa Marion Cotillard, ocorreu este delicioso e hilariante diálogo (a propósito do filme "Ferrugem e Osso",  no qual Marion interpreta uma mulher sem pernas):

- Craig: "Então qual é o assunto central do filme?"
- Marion: "Bom, é sobre um casal improvável que se apaixona..."
- Craig: "Realmente nunca vi esta história em nenhum outro filme!"
- Marion: "Ah, mas eu não tenho pernas nessa relação! Alguma vez viste algo parecido num filme?"
- Craig: "Pois é, não tem pernas no filme. Como é que fez isso?"
- Marion: "Bem... Eu sou tão boa actriz!"
- Craig: "É verdade que aprendeu a falar inglês a ver filmes americanos?"
- Marion: "Nem por isso, porque Charlie Chaplin não falava assim tanto"

Sem salas de cinema

Situação actual segundo a Secretaria de Estado da Cultura: 212 concelhos de Portugal - o equivalente a 3 milhões e 875 mil habitantes -, não têm acesso a qualquer sala de cinema de exibição comercial regular. Para além desta larga franja de população sem qualquer acesso ao cinema, há ainda a registar 1 milhão e 600 mil habitantes que têm apenas acesso a salas de cinema exploradas pela Lusomundo. E como o resto dos indicadores de desenvolvimento do país, a tendência é, claramente para piorar no futuro...

domingo, 17 de março de 2013

A menina do casaco vermelho


Oliwia Dabrowska era uma menina de origem judaica de apenas 3 anos quando entrou no famoso filme "A Lista de Schindler" (1993) de Steven Spielberg. Ela vestia um casaco vermelho (a única mancha de cor de todo o filme), simbolizando o sangue e o sofrimento das vítimas do Holocausto Nazi.
O realizador sempre avisou a família da pequena para que visse o filme apenas quando atingisse os 18 anos. À revelia deste conselho, Oliwia visionou o filme com 11 anos e teve esta reacção: "Foi horrível, fiquei envergonhada e zangada com os meus pais por me terem deixado entrar no filme"
Quando fez 18 anos voltou a ver o filme e, com uma maturidade mais bem formada, compreendeu o significado histórico da obra de Spielberg e até ganhou orgulho por ter participado no mesmo.
Nota: esta  notícia veio a público há uma semana no jornal britânico The Times e foi reproduzida no último número da revista Sábado.

sábado, 16 de março de 2013

"Branca de Neve"

"Blancanieves" ("Branca de Neve") do realizador espanhol Pablo Berger arrasou na última cerimónia dos Goya, arrecadando 10 prémios. À primeira vista, parece um sucedâneo natural do filme "O Artista", tentando copiar o sucesso deste pela forma como imita a estética do cinema mudo. No entanto, ao que parece, "Blancanieves" é um projecto anterior ao filme do realizador francês, mas que só agora foi concretizado (será mesmo?).
Seja como for, este filme que adapta para os anos 1920 de Espanha o célebre conto dos irmãos Grimm, falha na tentativa de criar um objecto original a partir da estética do mudo. É certo que tem uma boa fotografia, uma realização competente e um óptimo elenco de actores e actrizes. Porém, Pablo Berger adaptou uma história ao ambiente de Espanha dos anos 20 do século passado sem chama nem ousadia. Aliás, em termos narrativos, há até momentos de grande ingenuidade e inconsequência. "Branca de Neve" não deixa de ser, por isso, um entretenimento interessante e que se vê sem esforço, mas certamente que não ficará registado na memória futura de qualquer cinéfilo.
E, tal como acontecia com "O Artista", este filme tem também o mérito de poder motivar as novas gerações a descobrir o verdadeiro e insubstituível cinema mudo.  

A magia da "Steadicam"

Já tinha escrito este post sobre a técnica de filmagem com o recurso dà Steadicam. Agora surgiu uma montagem com as 50 melhores sequências desta extraordinária técnica que cria a ilusão da câmara a flutuar no ar com leveza. 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Filme ou Fita?


Confuso sobre a diferença entre o conceito de "filme" e de "fita"?
Nada como consultar o "Dicionário de Cinema Para Snobs" para esclarecer quaisquer dúvidas:

É uma Fita se for capa da Premiere.
É um Filme se for capa dos Cahiers du Cinéma.

É uma Fita se for a preto-e-branco por ser velho.
É um Filme se for a preto-e-branco por ser à Jim Jarmusch.

É uma Fita se aparecerem mamas e rabos.
É um Filme se aparecerem pénis.

É uma Fita quando o protagonista é atirado através de uma vitrina.
É um Filme quando o protagonista sente desejo sexual por rapazinhos, pela sua mãe ou pela sua irmã.

Quando Billy Cristal tem vontade de realizar, faz uma Fita.
Quando Clint Eastwood tem vontade de realizar, faz um Filme.

É um Filme se vem do subcontinente indiano, mesmo que os habitantes do subcontinente indiano pensem que é uma Fita.

Bruce Willis, um tipo das Fitas, ganhou credibilidade nos Filmes ao entrar em Pulp Fiction.
Steve Buscemi, um tipo dos Filmes, ganhou credibilidade nas Fitas ao entrar em Armageddon.

Tom Waits nunca irá aparecer numa Fita.
Tom Hanks nunca irá aparecer num Filme.

Os irmãos Coen são realizadores fãs de Fitas que fazem Filmes .

Aviso


quinta-feira, 14 de março de 2013

Expressões

Kirsten Dunst, Christian Bale, John Cale, Samuel L. Jackson, John Malkovich, Bill Murray e Johnny Depp.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Discos que mudam uma vida #177

Radiohead - "OK Computer" (1997)

A inspiração

O escritor Jack London dizia que "não se pode esperar pela inspiração, é preciso ir procurá-la num bar." Tendo em vista a hora adiantada e o cansaço acumulado, vou antes procurar a tal inspiração no "vale dos lençóis".

segunda-feira, 11 de março de 2013

William S. Burroughs e os amigos

William S. Burroughs, um autor tão original quanto controverso.
A sua carreira e o seu percurso de vida são verdadeiramente notáveis, recheados de episódios e situações incríveis. Era o autor mais radical do movimento literário Beat, aquele que mais foi ao fundo das experiências alucinogénicas, criando um universo literário completamente novo ("O Festim Nu" prova isso).
Outro facto espantoso da sua vida: ao longo de várias décadas William S. Burroughs manteve inúmeras colaborações artísticas e amizades pessoais com grandes figuras das artes (música, poesia, cinema, pintura, literatura...).
Por todas estas incríveis ligações da sua vida, estou convicto de que a sua carreira artística e o seu percurso existencial dariam vasta matéria para uma filme biográfico extremamente interessante. Vejam-se estes exemplos:

Timothy Leary e William S. Burroughs

David Cronenberg e William S. Burroughs

Ministry e William S. Burroughs

William S. Burroughs e Hüsker Dü

William S. Burroughs e Gregg Beaubian

Debbie Harry e William S. Burroughs
Jean Genet, William S. Burroughs e Allen Ginsberg
Brion Gysin e William S. Burroughs
William S. Burroughs e Alene Lee
William S. Burroughs e Andy Warhol

William Burroughs e Tom Waits

William S. Burroughs e Mick Jagger

William S. Burroughs e Susan Sontag

Jimmy Page e William S. Burroughs

James Grauerholz e William S. Burroughs

William S. Burroughs e Joe Strummer (The Clash)

Patti Smith e William S. Burroughs

David Bowie e William S. Burroughs

William S. Burroughs e Kurt Cobain

William S. Burroughs e Jack Kerouac

Francis Bacon e William S. Burroughs

William S. Burroughs e Allen Ginsberg

William S. Burroughs e Frank Zappa