sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Tarkovsky: pai e filho

A relação e influência que a poesia de Arsenii Tartkovsky teve junto do seu filho realizador Andrei. Livro sobre poesia e cinema, duas artes maiores e centrais no universo tarkovskiano, numa edição acabada de editar e à venda na Amazon. 
Imperdível.


A propósito da poesia de Arseni Tarkovsky, descobri uma entrevista realizada pelo jornal espanhol ABC (2002) à irmã do cineasta russo, Marina Tarkovskaia, na qual aborda a poesia do pai e a relação com os filmes do irmão. Nas duas perguntas sobre a poesia do pai e a sua relação com a arte cinematográfica do irmão, Marina diz isto:

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Desconhecia a poesia do seu pai. Pode falar-me dela?
Marina Tarkovskaia: Desde pequeno, Andrei e eu conhecíamos a poesia do meu pai, ainda que no regime soviético não se podia publicar os seus poemas porque ele não elogiava o partido Comunista nem Estaline. O seu primeiro livro devia ter sido publicado depois da segunda Grande Guerra mas quando já estava pronto, o Partido Comunista proibiu a sua edição. Só em 1962, quando tinha 55 anos, o meu pai conseguiu editar um livro. Chamava-se "Antes Que a neve Caia". O curioso é que nesse mesmo ano o meu irmão Andrei ganhou em Veneza com "A Infância de Ivan". Comecei a a conhecer mais a fundo a sua poesia mais tarde, quando compreendi que era um grande poeta.

Quais são os principais temas poéticos que aborda o seu pai?
Marina Tarkovskaia: Os mesmos temas que o Andrei abordava nos seus filmes. Os mundos criativos dos dois estão entrecruzados ao longo dos anos. Não é nenhuma surpresa se a poesia do meu pai está incluída nos filmes do meu irmão, como é o caso de "Stalker", "Nostalgia" e "O Espelho". O tema central destes filmes é o conhecimento de si mesmo. O meu pai tem poemas muito belos que falam de patriotas e de patriotismo, mas não no sentido social e propagandístico na velha tradição da União Soviética, mas numa perspectiva cultural

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