terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A morte do cinema segundo Borges

O site de cinema À Pala de Walsh entrevistou Pedro Borges, um dos mais importantes distribuidores e produtores de cinema portugueses (responsável, por exemplo, pela Midas Filmes). Borges não tem pruridos e diz o que pensa, como nestas duas questões cujas respostas eu subscrevo:

A morte do cinema, é verdade ou é retórica? 

Isso é para as pessoas se entreterem. O grande cinema deixou de ser arte popular. Se o John Ford ou o Hitchcock hoje fizessem filmes, não tinham espectadores nenhuns. Mas não foram os filmes que mudaram, foram as pessoas. O tempo de filas, semanas a fio, para ver filmes do Bergman ou do Truffaut acabou. 

Mas porque é que acabou? Foi o blockbuster? 

Não, foram as pessoas. Havia um certo tipo de pessoas com estatuto cultural e social para quem era obrigatório ir ao cinema ver esse tipo de filmes (como hoje é obrigatório beber 3 litros de cerveja ao sábado à noite ou ir ao futebol dar urros) e que ficaram aliviadíssimas quando isso deixou de ser obrigatório.

O resto da entrevista aqui.

1 comentário:

Carlos Natálio disse...

Já agora deixo aqui as conversas com eles, uns meses depois. :)

http://apaladewalsh.com/2014/09/27/conversas-a-pala-10-arte-e-comercio/