sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Videodrome - a metáfora do terror televisivo


“Videodrome” (1983) é porventura o filme mais radical de David Cronenberg. Uma mistura explosiva entre elementos de ficção científica, terror, sexo, violência e surrealismo. Uma crítica avassaladora da sociedade dominada pela massificação agressiva da televisão. Vísceras, alucinações, terror psicológico, mutações do corpo – o corpo como prolongamento da tecnologia. É um dos primeiros filmes a questionar o papel da televisão na sociedade moderna, num registo de visão exacerbada de como o ecrã pode manipular a mente humana. “Videodrome” é uma alegoria da caverna platónica, um campo de jogo em que o lado negro e aterrador assume proporções irreais e terríveis. O que é real e o que é imaginado? A televisão como religião manipuladora (não falta um pregador que anuncia uma nova etapa da evolução humana através de raios catódicos emitidos por um canal de televisão - Videodrome). Esse pregador medonho chama-se Brian O’Blivion (esquecimento) e o seu discurso profético é esclarecedor:
“A tela da televisão é a retina da mente. Portanto, a tela da televisão é parte da estrutura física do cérebro. O que aparece na tela da televisão surge como pura experiência para aqueles que assistem. Portanto, a televisão é a realidade e a realidade é menos do que a televisão. Acho que doses maciças do sinal do Videodrome criarão um novo desenvolvimento do cérebro humano, que produzirá e controlará a alucinação a ponto de mudar a realidade humana. Afinal, não há nada real, além de nossa percepção da realidade."
Estas observações dariam pano para mangas de análise numa cadeira de sociologia ou filosofia da comunicação.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não conhecia seu espaço na blogosfera, vou dar uma conferidsa geral depois. Vou linkar no mue blog, ok?
vlw!

Unknown disse...

Felipe: be my guest!

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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