sábado, 27 de dezembro de 2008

A morte entra em campo

Assim começa "Noite e Nevoeiro" de Alain Resnais, um brutal documentário sobre os horrores perpretados no campo de extermínio de Auschwitz:

Mesmo uma paisagem tranquila…
Mesmo um campo de colheitas com os
corvos a circular em volta da relva…
Mesmo uma estrada onde passam camponeses…


Mesmo uma vila para veraneio pode
tornar-se num campo de concentração.
Strüthof, Oraniemburg, Auschwitz,
Neuengamme, Belsen,
Ravensbruck, Dachau


Estes eram nomes como quaisquer outros
Em mapas e roteiros turísticos.
O sangue secou.
As línguas tornaram-se silenciosas.
A única visita dos blocos
é feita por esta câmara.


Uma estranha erva cobre agora
as veredas antes utilizadas pelos reclusos.
Já ninguém ousa atravessar
a vedação de arame eléctrica.
Não se ouvem passos, a não
ser os nossos próprios.

Um campo de concentração é construído
como um se fosse um hotel ou um estádio:
Com homens de negócio. Com estimativas.
Com concursos de obras.
E sem dúvida com um ou dois subornos.
Nenhum estilo específico –
Isso é deixado à imaginação:

Os comboios selados e trancados.
Milhares de pessoas compactadas em cada vagão.
Não há dia, não há noite.
Fome, sede, sufocação, loucura.
Uma mensagem cai para o chão.
Será encontrada?
A morte entra em campo.
Neste segundo dá-se a chegada
no meio da noite e do nevoeiro.


Mais desenvolvimento aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vi o documentário Nuit et brouillard há já bastante anos, quando me comecei a interessar pelo tema da Segunda Guerra Mundial. Depois disso já vi bastantes documentários sobre Auschwitz-Birkenau e outros campos de concentração mas nenhum teve o impacto que o documentário francês teve.

E é bom não esquecer.

ALGUÉM disse...

forte hêim??!!!
boas festas pra vc..
ah!
Tem post novo!!!
Acabou de sair do forno!
Bjos.