quarta-feira, 30 de abril de 2008

O exemplo da RUC


Sempre que passo em Coimbra é inevitável sintonizar os 107.9 FM da Rádio Universidade de Coimbra. Uma rádio com mais de 20 anos de história e de investimento numa programação ousada, não convencional e alheia a formatações castradoras. Ao invés da grande maioria das rádios nacionais, a RUC adquiriu um modelo radiofónico próprio, devedor do espírito das rádios piratas dos anos 80 (mas sem o cunho amador). Por ser uma rádio universitária e independente (como a Rádio Universidade do Minho), não teve que se sujeitar às pressões das regras do mercado e do capital. Terá passado por altos e baixo, é certo, mas a sua identidade nunca foi posta em causa. Daí que não seja de admirar que mantenha no ar programas com mais de dez anos de existência (como o programa dedicado à musica portuguesa “Santos da Casa”), inseridos numa filosofia de programação alheia às frivolidades comerciais da esmagadora maioria de estações portuguesas. O trabalho da RUC configura aquilo a que se chama serviço público de rádio, apresentando uma programação de grande rigor, diversidade e exigência (na forma e no conteúdo). E estas características não são nada, mas mesmo nada, displicentes.

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