John Zorn é um dos músicos mais importantes dos últimos 20 ou 30 anos. Com uma discografia imensa (edita uma média de 5/6 discos por ano), Zorn é um saxofonista visionário e vanguardista que gosta do risco e da inovação. Criou projectos de grande inovação estética como Naked City, Masada, Painkiller ou Electric Masada, onde misturou música de tradição judaica com jazz, metal, dub, electrónica, improvisação ou noise rock. Tem um vasto currículo de colaborações com dezenas dos mais influentes músicos de todos os quadrantes, sobretudo do panorama avantgarde norte-americano e japonês.
Aos 61 anos John Zorn continua com uma vitalidade e energia impressionantes. O seu último disco, intitulado "Simulacrum", comprova essa energia transbordante: neste disco Zorn não toca saxofone, é apenas compositor de uma música que extravasa fronteiras estéticas e desafia o ouvinte a cada segundo. Por isso não é música para todos, naquele sentido em que só apreciarão quem gosta de receber estímulos sonoros imprevisíveis e fora das convenções musicais ortodoxas. Neste novo disco Zorn reuniu um trio de instrumentistas improvável e de grande nível interpretativo:
- John Medeski no órgão
- Matt Hollenberg na guitarra eléctrica
- Kenny Grohowsky na bateria
É um power-trio que conjuga uma sublime capacidade de execução ao serviço da criatividade musical, realizando uma fusão estimulante de jazz, rock progressivo, improvisação e metal. Não é propriamente uma linguagem inovadora (o próprio Zorn já tivera experiêncais anteriores do género), mas não deixa de ser uma música imensamente rica e desafiadora.
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