sábado, 3 de janeiro de 2009

A febre dos "remakes"


É este o sintoma do prenúncio do fim de Hollywood? Quando a criatividade no cinema se esgota em modelos já batidos, só resta explorar ideias já concretizadas no passado. Segundo o Ípsilon online, Hollywood prepara os anos de 2009 e 2010 com uma inacreditável avalanche de "remakes" de filmes que outrora foram de culto ou de sucesso comercial. Já não chegavam as sequelas que todos os anos inundam as salas de cinema, agora é o ataque aos "remakes". O pior é que os inteligentes dos produtores da indústria cinematográfica de Hollywood querem "mexer" em filmes clássicos e de culto, não se sabe muito bom com que propósito ou finalidade. Imagine-se que estão previstas reinterpretações de obras como "Os Pássaros" e "39 Degraus" de Alfred Hitchcock. Uma heresia desnecessária, a meu ver. A minha opinião é de que só o próprio Hitchcock, se pudesse regressar ao mundo dos vivos, poderia alguma vez refazer um filme da sua autoria. Aliás, fê-lo uma única vez, com o filme que dá título a este blogue: "O Homem Que Sabia Demasiado". O filme original é de 1934 e o remake americano foi realizado em 1956.
Se por um lado Hollywood tenciona refazer esses dois clássicos absolutos do mestre Hitch, por outro, pretende também refazer clássicos de culto do terror como "Pesadelo em Elm Street", "Hellraiser", "Sexta-feira 13" e "Poltergeist". Parece que se esgotou o filão do terror "gore" série "Saw" e "Hostel" e agora os produtores sentem necessidade de olhar para ao passado. "Conan, o Bárbaro", "Robocop" (com Darren Aronofsky a realizar!), "Footloose" e o inenarrável "Porky's" também fazem parte do menu de "remakes".
Com esta série verdadeiramente industrial de "remakes" já anunciada (é provável que os títulos aumentem com o passar do tempo), é oficial que se instalou um clima de pura histeria nas mentes dos produtores de Hollywood. Os "remakes" são meros exercícios de reinterpretação quase sempre inferiores aos filmes originais. Mais a mais, quando se trata de reinterpretar obras-primas clássicas. É a tentativa clara de, através do marketing e do recurso a títulos conhecidos do imaginário cinéfilo do espectador, tentar salvar o modelo actual da indústria cinematográfica tal como a conhecemos.
Remake de "Porky's"! E já agora, porque não da série completa da "Academia de Polícia"?...

4 comentários:

Filipe Machado disse...

Nunca olhei com bons olhos para os remakes: já a febre dos filmes asiáticos de horror foi ridícula, apresentando muitos trabalhos medíocres... Neste momento o que me preocupa é que os remakes são de filmes com um espaço temporal cada vez mais curto. A maioria deles que está prevista diz respeito a películas dos anos 80... Qualquer dia, iremos chegar ao ponto de ver filmes que foram realizados originalmente entre 5 a 10 anos antes. É triste...

Anónimo disse...

Dos filmes que mencionaste os únicos que eu assisti foi o robocop e ja ouvi falar dos Porky´s. O tempo passa e é preciso dar a conhecer a malta jovem os filmes antigos para os "velhinhos" são remakes para nos são filmes novos. E com certeza minguem esta espera que a nova geração va ao fundo da gaveta buscar uns filmes a preto e branco para assistir! Ojavascript:void(0)s filmes não são como a musica o tempo passou e a imagem melhorou bastante. Apesar de eu tb ter criticado o remake da serie o justiceiro que foi uma vergonha para o original, serie que eu acompanhava sempre que podia, mas pronto se não se gosta deixa-se na beira do prato. E quem nunca assistiu ao original( não esta preso a nenhum estereotipo) pode ate gostar.Deixa os Homens trabalhar.

Jorge Tavares

Unknown disse...

Jorge Tavares: sim, deixemos os homens trabalhar. Só poderemos avaliar e criticar o resultado final (o remake) depois de visionado...

Anónimo disse...

A falta de criatividade não é o que mais me assusta nesta "invasão" de remakes (embora também me preocupe), mas sim a ideia de que o filme em si se está a tornar num produto comercial e não numa obra de arte.
Mas pode ser cíclico, não há nada como esperar para ver o resultado.
Não obstante, ocasionalmente é bom ver um remake, ter outra perspectiva e ainda há remakes que vale a pena ver.