sábado, 28 de fevereiro de 2009
Todos querem ser Dalí
Saudade
O novo coppola
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Massacre memorável
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
O novo Tarantino
Elenco de luxo
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Two Fingers - um dos dedos é de Amon Tobin
Isto tudo para dizer que, finalmente, descobri um magnífico disco de hip-hop. Um disco que traz uma frescura criativa inusitada ao mundo do hip-hop (e não só). O projecto dá pelo nome de Two Fingers e o disco tem o título homónimo. Mas a verdade é que este álbum não é um genuíno disco de hip-hop. É breakbeat e dubstep, é trip-hop e electrónica experimental com fusões étnicas. Isto porque, na génese do trabalho musical dos Two Fingers, está um senhor chamado Amon Tobin. São da sua responsabilidade as sinuosas e irresistíveis programações rítmicas e os incríveis ambientes sonoros constantes em “Two Fingers”. Mas Amon Tobin não está sozinho neste projecto. Com ele, fazem parte "Doubleclick" Chapmam (músico que conheceu quando Amon viveu em Brighton) e conta com as colaborações de MC como Sway, Ms. Jade, Ce'Cile, Durrty Goodz e Kevin Tuffy. "Two Fingers" é um álbum poderoso, belo e agreste, e que se perfila, sem delongas, como um dos notáveis discos de 2009. Pode ser ouvido um tema aqui e descarregado o álbum na íntegra aqui.
Óscar português
Coraline e os dois mundos
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Perseguição no asfalto
Expresso em grande
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O livro em tempos de crise
O semanário Expresso publicou esta semana uma reportagem sobre o estado actual do mercado livreiro. Como seria de esperar, a crise económica está já instalada nas livrarias e editoras, apesar de não ser consensual a sua aceitação. Célia Henriques, da Bertrand do Chiado, refere que “vende-se muito menos agora do que há um ano”. A mesma sensação tem a Fnac, que já sentiu as quebras de venda neste Natal. João Alvim, administrador da Editorial Verbo, afirma sem problemas que “há uma crise no sector desde meados de 2008”. Afinando pelo mesmo diapasão, Manuel Valente, da Porto Editora, desabafa que “muitos livreiros se queixaram de uma quebra de vendas e que os intermediários estão a ter mais prudência na compra de novidades”.
Óscares - o rescaldo
Eis os momentos, quanto a mim, altos e memoráveis desta edição dos Óscares:
- O estilo dandy de Mickey Rourke.
- A excelente prestação de Hugh Jackman.
- O dueto musical entre Hugh Jackman e Anne Hathaway.
- O discurso de agradecimento de Penélope Cruz.
- A emocionante ovação de pé a um debilitado Jerry Lewis.
- A soberba montagem – acompanhada pela canção de Queen Latifah - do momento de evocação das personalidades do cinema falecidas em 2008, finalizando com as imagens de Sydney Pollack e Paul Newman.
- O discurso de Kate Winslet e o momento em que agradece ao pai e diz: “Não sei onde estás, assobia para te ver!”. Então ouve-se um sonoro assobio do meio da plateia.
- O discurso do realizador japonês vencedor do documentário de curta-metragem em que disse, umas 10 vezes, “sank you” (thank you).
- O excelente medley de canções nomeadas ao Óscar com o dueto Hugh Jackman e Beyoncé e o momento musical ao vivo do tema "Jai Ho" de “Slumdog Millionaire”.
- O discurso com conotações políticas do argumentista de “Milk”.
- O discurso honesto e espontâneo de Danny Boyle: elogiou o espectáculo dos Óscares e fez um raro “mea culpa” vindo de um realizador – pediu perdão a um actor indiano que não foi incluído nos créditos do filme.
- A reacção emocionada da actriz Anne Hathaway aos elogios da veterana actriz Shirley MaClaine.
- O olhar emocionado e de respeito de Angelina Jolie, Brad Pitt e Cristopher Nolan no momento do agradecimento do Óscar póstumo a Heath Ledger.
- A derrota, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, dos filmes “A Valsa com Bashir” e “A Turma”.
- O magnífico discurso de Sean Penn, finalizado com uma referência ao concorrente Mickey Rourke, “because he´s back rising again!”.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Música e cegueira
O meu primeiro professor de música era cego. Teria uns 9 ou 10 anos e recordo-me da impressão que me fazia ver um cego a tocar tão bem piano e guitarra. “Como é que ele consegue?”, perguntava na minha ingenuidade infantil. A verdade é que só mais tarde percebi que os cegos têm uma aptidão especial para a aprendizagem musical. Mais tarde, já no curso superior de música, estudei os mecanismos cerebrais para a aquisição e desenvolvimento da linguagem musical, que nos cegos são particularmente desenvolvidos. Reporto-me, uma vez mais, ao livro “Musicofilia” de Oliver Sacks. Nem de propósito, no capítulo 13 do livro, o neurologista aborda o tema: “Um Mundo Auditivo: Música e Cegueira”. Oliver Sacks começa por dizer que, quando era miúdo e aprendeu musica, julgava que todos os afinadores de piano eram cegos. Diz ainda que num estudo, descobriu que 40 a 60 por cento das crianças cegas tinham ouvido absoluto (a capacidade de identificar notas musicais isoladas e seus intervalos só pela audição). Nos músicos com visão normal essa capacidade é de apenas 10 por cento, enquanto que nos músicos cegos sobe para uns incríveis 60 por cento. É a prova de que o córtex cerebral responsável pela aprendizagem da linguagem musical se desenvolve mais nas pessoas cegas.
A imagem do músico cego (e do poeta cego) tem uma ressonância histórica quase mítica no imaginário popular. Durante séculos foram os músicos cegos que animavam as festas populares. Tocadores cegos de flauta, harmónica, harpa, cavaquinho, sanfona ou concertina existiam um pouco por todos os povos europeus (assim como na Ásia). O encaminhamento das pessoas cegas para a interpretação é, em parte, um fenómeno social, visto que os cegos eram considerados como estando impedidos de exercer muitas outras profissões. Já durante o século XX, talentosos cantores e tocadores cegos conseguiram fama e reconhecimento artístico, sobretudo, no blues, jazz e gospel: Stevie Wonder, Ray Charles, Art Tatum, José Feliciano, Doc Watson, Ronnie Milsap ou Rahsaan Roland Kirk. Muitos outros músicos juntaram ao seu nome a palavra “Blind”, quase como um título honorífico: Blind Lemon Jefferson, Blind Willie McTell, Blind Willie Johnson e Blind Boys of Alabama. Em Portugal houve uma considerável tradição de músicos e bardos cegos que tocavam nas aldeias. De forma a homenagear o papel desses músicos cegos, o cantor e músico César Prata (ex-elemento dos Chuchurumel) efectuou uma pesquisa de canções tocadas por cegos e dinamizou o projecto “Canções do Ceguinho”, no qual canta canções que outrora fizeram parte do repertório de cegos. Uma forma especial de preservar parte do património musical popular e tradicional português. São canções que contam histórias de faca e alguidar e que povoavam o universo sonoro das feiras e romarias de antigamente.
O poder da música
Carta de Kathryn Koubek a Oliver Sacks, in “Musicofilia” (Relógio D’Água)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Antevisão dos Óscares (talvez fraudulenta, mas...)
Sem apoios, morre
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Nazismo e cultura
O papel da vida de Elizabeth Taylor
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Os Portishead e o futuro
100 anos de um Manifesto revolucionário
Filippo Marinetti
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Um filme que é uma viagem à loucura da guerra
A história é a de um adolescente (um rapaz de 16 anos) que testemunha os horrores Nazis cometidos em aldeias da Bielorússia (dizimaram 600 aldeias!). Uma descida total, frenética e sem concessões aos abismos da mais pura loucura que nem o Coronel Kurtz em "Apocalypse Now" terá experienciado. Uma descida aos infernos de pura alucinação e horror psicológico derivados da violência e do desespero presenciado pelo ingénuo rapaz. E não se trata de mera ficção, uma vez que "Vem e Vê" parte de um episódio verídico ocorrido durante a segunda Guerra Mundial.
As sequelas impossíveis (digo eu)
- "Blade Runner"
- "Eraserhead"
- "Reservoir Dogs"
- "Aguirre: A Cólera de Deus"
- "Wild Bunch"
- "A Laranja Mecânica"
- "Blue Velvet"
- "Morte em Veneza"
- "Paris, Texas"
- "O Feitiço do Tempo"
- "O Eclipse"
- "A Pianista"
- "Lost in Translation"
- "Hiroshima meu Amor"
- "A Estrada"
- "Seven"
Sempre queria ver a "coragem" dos produtores de Hollywood...
Uma sucessão de hábitos
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
A violência sobre os terráqueos como nós
Ora, depois de ver o dito documentário “Earthlings” (2005), realizado por Shaun Monson e narrado pelo actor e activista Joaquin Phoenix (é vegetariano e membro da PETA, a maior organização mundial de defesa dos animais) fiquei com a clara ideia de que o estado civilizacional a que o homem chegou se encontra, para com os direitos dos animais, numa espécie de idade das trevas. Paradoxo? Nem por isso. “Earthlings” relata a dependência da humanidade em relação aos animais (terráqueos como nós) para obter alimentação, vestuário e diversão, além do uso em experiências científicas. Câmaras ocultas vasculharam indústrias de alimentação animal, científicas e de diversão (circos) para mostrar ao mundo as torturas, mortes e sofrimentos a que são submetidos os animais. Sangue e horror a jorros é o que podemos ver, não sem indignação moral, neste filme que agitou consciências e alertou o mundo para um repensar da relação dos humanos para com os animais.
Impressionante é, igualmente, a narração da voz off do actor Joaquin Phoenix. Com total domínio emocional vocal e sem sentimentalismos fáceis (apesar da dureza das imagens), Phoenix relata friamente as terríveis imagens que são visionadas. A música original do artista Moby ajuda a criar densidade dramática. É um documentário duro, violento, cruel e perturbante, mas que tem o condão de alertar consciências colectivas e denunciar os maus tratos a que são sujeitos animais tão dóceis e indefesos como os golfinhos, macacos, porcos, gatos, cães, vacas, etc.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Díptico - 51
Stephen King - as adaptações ao cinema
11 - "Pet Sematary" (1989) de Mary Lambert
6 - "The Mist" (2007) de Frank Darabont
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Um fio de sangue pela mão abaixo
Piores capas de sempre?
Apreciem-se alguns exemplos paradigmáticos (enfoque especial na capa "Virgin Killer"):